Greca diz que Margarita deve ser lembrada ’em cada ipê que floresce’ e a cada serviço feito aos curitibanos
Como se despede de um grande amor? Essa resposta nem mesmo os grandes poetas podem um dia vir a ter. Talvez porque não há como se despedir de quem sempre deu sentido às nossas vidas. E talvez seja dessa forma que o prefeito Rafael Greca (PSD) se despede, nesta quarta-feira (21), de seu grande amor, Margarita Sansone. Mas com certeza apenas fisicamente.
A primeira-dama de Curitiba, que morreu na terça-feira (20), era uma mulher extremamente apaixonada pela história da cidade. Não é por acaso que sua despedida é feita em um dos lugares da capital paranaense que representam esse amor pela cidade, o Memorial de Curitiba. O sepultamento será à tarde, no Cemitério São Francisco de Paula.
Em coletiva de imprensa, Greca disse que nunca se viu falando postumamente sobre seu grande amor. Mas entendeu que essa seria também uma ocasião de memória, de gratidão.
“Nesse prédio que simboliza o nosso amor por Curitiba. Neste prédio, perto da Igreja da Ordem e da Igreja do Rosário, onde nós fizemos, durante 40 anos, as festas de São Francisco voltadas para os mais pobres”.
Para dar o último adeus à primeira-dama, muita gente foi até o Memorial de Curitiba. Uma grande fila se formou. E Greca destacou que até isso lhe chamou a atenção.
“A presença maciça do nosso povo, de todos os bairros e de todos os estamentos sociais, mostra como ela inspirava as pessoas. E como o nosso amor por Curitiba e o nosso amor mútuo era também reproduzido pelas pessoas como um parâmetro de fazer o bem”.
O casal estava junto há quase 50 anos e viveu intensamente tudo que de mais bonito puderam: das ações sociais à paixão absurda pela arte, do amor por Curitiba ao entendimento da necessidade de pensar nas pessoas individualmente. É pelo legado de Margarita que Greca continua.
“Esse meu anjo, que viveu por quase 50 anos do meu lado, só fez bem a minha alma e eu sou muito orgulhoso dela. Mas ela, no leito de morte, ainda me disse “eu estou muito contente com você”. Só isso pode aliviar essa minha dor. Eu acredito que contando histórias e a história da Margarita, pioneira dos direitos da mulher no Brasil, com a Casa Pousada de Maria, para mulheres vítimas de violência, pioneira na distribuição de preservativos para os doentes de Aids, até nos lugares de má fama da cidade, pioneira na defesa dos muito velhos, dos abandonados. Nada cortava mais o seu coração. Ela sempre dizia, “vale vovó, vale vovô”. Mais do que isso, pioneira no resgate social, no primeiro restaurante de R$ 1 do Brasil, e na pandemia pioneira das mesas solidárias gratuitas, que agora são a marca”.
Fonte: Banda B